Esse texto é de uma daquelas grandes pessoas que entram em nossa vida pra sempre como protagonistas. Marina e suas sensações depois da ONHB (as nossas foram bem parecidas). obrigado por esse presente querida. é para todos.

Relatos da ONHB

Considero um grande atrevimento meu, depois de um sarau com Eli Macuxi me dignar a escrever e quiçá recitar algo, mas acontece que quando o coração pede e se inquieta e remexe o único remédio que eu o posso dar são as palavras, mesmo que não ditas, uma vez que a boca cala, mas essas são escritas e dessa forma as mãos vão esculpindo o que o coração vai ordenando.
Sabendo que “cartas de amor são todas ridículas”, como Fernando Pessoa já nos disse, me perdoem, lembrando também de que ele mesmo disse: “se há amor, têm de ser ridículas.”
Já disse e tenho repetido: a melhor medalha que podia ter trazido no peito eu trouxe. Essa medalha não é de ouro, não é de prata, nem de bronze, essa medalha não é palpável, mas é sentida, é vivida, é lembrada. Ela é doce, às vezes me fala pela voz de Nathália: “deixe esse seu espírito depressivo, vamos para o shopping”, às vezes resolve ganhar a voz de Ivan: “vocês são muito fofinhos”, ela é astuciosa, me chega pela voz de Arthur e diz: “Eita, Marina, é muita babação para uma pessoa só.”, vem me visitar, vez por outra, pela voz de Evódia: “Marina, eu e Mariza vamos roubar você da sua mãe.” Ela tem me acompanhado, às vezes tem rosto acreano, mas às vezes é roraimense, chama-se Blenda, Felipe, Bárbara, Jailton, Hygo e ainda tem por sobrenome “Macuxi”. Essa minha medalha tem gosto de um doce de cupuaçu com doce de leite ou, às vezes, tem gosto do café mais falado do mundo - o qual até tê-los ouvido comentar, nem imaginava que existia - o tal do Starbucks. Ela tem som de Ukulelê que toca “felicidade é só questão de ser”, ou, “a casa é sua, porque não chega logo?”, ou, “só sei dançar com você, isso é o que o amor faz.” Enfim, a medalha que eu trouxe da Olimpíada de História, chama-se, HISTÓRIA, HISTÓRIAS E LEMBRANÇAS, pois, sem dúvida, num dia de desânimo, talvez ela resolva aparecer e pela voz de um professor de história me faça sorrir dizendo: “O que é Catatal?” ou ainda, resolva se sentar na grama para recitar poesia. Essa minha medalha não vai enferrujar, não vai se perder nas mudanças da vida, não, não vai, pois minha medalha é, parafraseando Adélia Prado, como um relógio do seu pai que você pode até perdê-lo, o ladrão pode roubá-lo, mas ele estará eternizado de maneira muito mais perfeita no seu coração, visto que, como a mesma poetisa mineira disse: “o que a memória amou já ficou eterno!!!” E então, juntando o poetinha, o branco mais preto do Brasil, Vinicius de Moraes e o mano Caetano: que esse abraçaço seja eterno enquanto dure.
Ivan, Nathália e Arthur, muito obrigada!!! Muito obrigada!!! Minha gratidão não coube nas palavras e eu tive que transbordá-las com açúcar e com afeto fazendo seu doce predileto...


por Marina Claudino.

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